Primeiro de tudo, esse post pode ser um pouco mais técnico do que os outros, então sinta-se livre para pulá-lo se você não deseja entender essa parte do desenvolvimento de jogos. E segundo, esse post irá abordar mais o lado de programação do desenvolvimento de jogos e não tanto a parte criativa, como enredo, arte e música dos jogos.
Desenvolver jogos, antes de mais nada, é bem diferente de jogar um jogo. Essa é a primeira expectativa que precisa ser quebrada e é incrível como muitos querem desenvolver jogos só porque eles gostam muito (ou são muito bons) em algum jogo. Sinto desapontá-los, mas desenvolver jogos, como já falamos, é coisa séria e dá trabalho sim.
Mas o mundo da computação é feito de abstrações e com o avanço da tecnologia, os aspectos mais difíceis do desenvolvimento de jogos foram abstraídos e estão se tornando cada vez mais fáceis. A 30 anos atrás era comum desenvolver jogos em Assembly, a linguagem mais próxima do hardware possível, algo que hoje é impensável (uma curiosidade: escrever um jogo em Assembly já era impensável na década de 90, o que não impediu o RollerCoaster Tycoon de ser escrito em Assembly). E, apesar de ser um exercício interessante conhecer a fundo como o jogo irá ser executado e otimizá-lo ao máximo, nos dias de hoje um tempo curto de desenvolvimento é muito mais importante.
O que nos leva a segunda quebra de expectativas. Muitas pessoas, principalmente programadores, começam o desenvolvimento de seu jogo pela engine, o motor que será responsável por comandar todas as partes do jogo e ao final desenhar as formas na tela e tocar a música ou efeito sonoro requeridos. Muitas vezes essa tarefa tira meses e até anos de desenvolvimento sem ao menos ter uma noção de como será o jogo no final. A maioria desiste sem nem criar nada além do que diagramas de classe.
Bom, mas se desenvolver jogos dá trabalho e criar a sua própria engine dá mais trabalho ainda, o que podemos fazer? Utilizar uma engine pronta. Melhor ainda, utilize um kit de desenvolvimento para jogos. Existem diversas opções gratuitas e de ótima qualidade, basta procurar.
E para quem nem mesmo sabe programar, existem opções em que é possível criar um jogo sem escrever uma linha de código, e nem por isso é preciso sacrificar muito o desempenho ou a flexibilidade.
Abaixo algumas ferramentas que recomendamos:
- Stencyl: uma das opções que mais recomendamos, em sua versão 3.0 traz suporte a diversas plataformas, com uma interface intuitiva baseada no Scratch do MIT
- Construct 2: mais simples e menos flexível que o Stencyl, ainda é uma ótima opção para quem quer começar a desenvolver jogos sem ter que aprender a programar antes
- Unity: a engine que não pode faltar em nenhuma lista desse tipo, é hoje em dia a ferramenta mais popular no desenvolvimento de jogos 3D, por permitir jogos dos mais simples aos mais complexos
- OpenFL: para quem deseja escrever código, sem perder a flexibilidade de poder suportar várias plataformas em um mesmo código, nem perder a performance de escrever código nativo
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